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domingo, 20 de outubro de 2013

Para um mundo sem os Estados Unidos





 
Thierry Meyssan explicou repetidamente nestas colunas as contradições internas dos Estados Unidos sublinhando o mecanismo pelo qual eles irão, possivelmente, evoluir. Neste artigo ele interroga-se sobre as consequências de dois acontecimentos susceptíveis de fazer arrancar o processo de descomposição.

Rede Voltaire | Damasco (Siria) | 16 de Outubro de 2013

por Thierry Meyssan

O Império americano é o remanescente hipertrofiado de um dos dois jogadores da guerra fria. A União Soviética desapareceu, mas os Estados Unidos sobreviveu à confrontação e aproveitou-se da ausência do seu competidor para monopolizar o poder mundial.

Em 1991, a lógica deveria ter levado Washington a virar os seus recursos para os negócios e a aumentar a sua prosperidade. No entanto, depois de algumas hesitações, o Congresso de maioria republicana impôs, em 1995 ao presidente Clinton, o seu projecto de imperialismo global votando pelo rearmamento, apesar de já não haver inimigo contra quem lutar. Dezoito anos mais tarde, os Estados Unidos – que consagraram os seus recursos a uma corrida solitária aos armamentos - estão à beira da exaustão, enquanto os BRICS se colocam como os novos competidores. A 68ª Assembleia Geral da ONU converteu-se, no mês passado, no cenário de uma revolta generalizada contra o unipolarismo americano.

Segundo Mikhail Gorbatchov, a queda da União Soviética tinha-se tornado inevitável, desde 1986, quando o Estado soviético se viu ultrapassado perante o acidente nuclear de Tchernobil e incapaz de proteger a sua população. Se formos a estabelecer um paralelo, o Estado federal americano não se viu ainda confrontado com uma tal situação mesmo se, os desastres provocadas pelos furacões Katrina, em 2005, e Sandy, em 2012, e as graves falhas das diversas instâncias locais, demonstraram já a incapacidade dos Estados federados.

O bloqueio por duas semanas, ou talvez mais, do funcionamento do Estado federal americano não se deve a uma catástrofe, mas sim ao resultado de um jogo político. Bastaria um acordo entre republicanos e democratas para por-lhe um fim. Mas, de momento, apenas alguns serviços particulares foram objecto de prorrogação, como o dos capelães militares. A única entorse verdadeira a este bloqueio foi a autorização para contrair empréstimos pelo espaço de 6 semanas. Este acordo foi exigido por Wall Street, que não reagiu ao encerramento do Estado federal, mas que ficou inquieta com a ideia de uma incapacidade de Washington para cumprir as suas obrigações financeiras.

 Antes de se afundar, a União Soviética tentou salvar-se poupando. Do dia para a noite Moscovo cessou o apoio economico que dava aos seus aliados. Primeiro os seus aliados do Terceiro Mundo, depois os membros do Pacto de Varsóvia. Por consequência, os seus aliados não tiveram outra escolha, para sobreviver, que não fosse passar para o campo do adversário, o de Washington. A sua deserção, cujo símbolo foi a queda do muro de Berlim, acelerou ainda mais a descomposição da União Soviética.

Foi manifestamente para evitar este choque, num momento em que a Rússia está à beira de triunfar pacificamente no Médio Oriente, que a administração Obama esperou tanto tempo antes de suspender a sua ajuda ao Egipto. É verdade que, à luz de la lei americana, essa ajuda se tornou ilegal após o golpe militar que derrubou a ditadura da Irmandade Muçulmana. Mas também é certo que nada obrigava a Casa Branca a chamar os bois pelo nome. Assim bastou durante três meses evitar falar em « golpe de Estado » para continuar a arrimar O Egipto ao campo imperial. Ora, quando nada mudou no Cairo, Washington decide “cortar a água e a luz”.

A aposta do presidente Obama era diminuir o orçamento americano de maneira proporcional e progressiva, para que o seu país pudesse evitar a derrocada, abandonando as suas extravagantes aspirações, e convertendo-se num Estado como os demais. A diminuição de cerca de 1/5 no tamanho das forças armadas era um bom começo. Todavia, o bloqueio do orçamento federal e a suspensão da ajuda destinada ao Egipto vêm mostrar que esse cenário não é realizável. O formidável poderio dos Estados Unidos não pode ser reduzido suavemente, porque corre o risco de se estilhaçar.



Thierry Meyssan

 

Thierry Meyssan Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).


Tradução:
Alva

Fonte: Al-Watan (Síria)

Retirado do site:
Rede Voltaire

Um comentário:

Vapera disse...

Caro Burgos,
Esse francês é judeu, e só com esse comentário acendo a luz para as verdadeiras intensões dessa praga.
Tudo o que ele falou é pertinente, mas temos que mudar o nome da nação culpada, temos que entender JUDEUS os culpados, pois só essa espécie maldita é responsável pela boçalidade estadunidense, é a através da mídia que esses demônios catequisam todas as nações, e claro, a culpa naturalmente é de deus, a praga pederasta.
Esse papo de naun chomsck é judeu naturalmente, é esse retórica imunda que sempre coloca os holofotes nas nações que são as que são escolhidas para holocaustos pontuais, já foi Alemanha, já foi Roma, já foi um monte de nação imbecil (qualquer nação que legitima deus é imbecil), agora é os EUA para migrarem para o brasil!
A presidenta JUDIA terrorista já começou a dilapidar as riquezas nacionais pelas patas judias mundo a fora, coisa iniciada em grande escala pelo príncipe anfótero mulato.
E a tal JUDIA graça foster alavanca sobremaneira a arma clássica dessa agenda, a questão petroleira, junto com o lupino JUDEU.
Eles lá a lá naun chomsck JUDEU alavancam o ocaso do império da águia, como foi Alemanha e Roma, e a história se repete, sempre com a queima de arquivo dos verdadeiros demônios, os JUDEUS e tudo graças a DEUS!!!

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